03 agosto 2013

Causas das Deficiências podem ser estudadas na Escola

As causas da deficiência precisam ser divulgadas e, nada melhor, que começar pela  Escola. A Semana da Pessoa com deficiência é o momento especial, quando a comunidade é chamada a discutir o assunto. 

Assim, o Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência de Cruz Alta, transcreve a seguir o material produzido pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (http://penta2.ufrgs.br/edu/telelab/edusurdos/deficien.htm#causas), com a finalidade de subsidiar trabalhos escolares, relacionados a prevenção das deficiências.



CAUSAS DAS DEFICIÊNCIAS

As causas da deficiência são muitas e complexas, muitas vezes não existindo uma causa única.

Estão classificadas em:

  • Pré-gestacionais
  • Pré-natais
  • Peri-natais
  • Pós-natais


PRÉ-GESTACIONAIS
São os fatores genéticos e hereditários onde a possibilidade de ocorrer um defeito está nos genes dos futuros pais.
PRÉ-NATAIS
São aquelas que ocorrem no útero materno, da fecundação ao nascimento.
Dentre os fatores que atingem o bebê no útero pode-se citar:
  • Idade da mãe: pesquisas demonstram que mães com menos de 20 e mais de 35 anos tendem a gerar um maior número de filhos com deficiência do que as que têm entre 20 e 35 anos.
  • Multiparidade: mulheres com 5 ou mais partos tendem a ter bebês de baixo peso e maior incidência de complicações na gravidez.
  • Intervalo gestacional: intervalo de menos de 2 anos entre uma gravidez e outra pode provocar crianças de baixo peso ao nascer, além de comprometimentos motores e intelectuais.
  • Fator RH: atinge os fetos com RH+ cujas mães são fator RH - podendo ocasionar abortos ou deficiências.
  • Pressão alta: durante a gravidez, além de prejudicar o feto, é a maior causa de morte materna no Brasil.
  • Rubéola: pode ocasionar síndrome que se caracteriza por defeitos nervosos e mentais, oculares e auditivos, cardiovasculares. Todos os esforços devem ser feitos para identificar e vacinar a mulher susceptível de adquirir a rubéola antes da concepção, já que não existe tratamento para evitar o dano no bebê da grávida infectada.
  • Sífilis: a mais comum das doenças venéreas, manifesta-se de forma precoce (até os 6 meses de idade) ou de forma tardia (após os 2 anos). Na sífilis precoce acontecem lesões neurológicas, oftalmológicas, ósseas e de pele. Já na sífilis tardia, ocorrem anomalias dentárias.
  • Drogas: é o termo que designa tanto os medicamentos como os tóxicos. Os mais consumidos são os analgésicos, diuréticos, antibióticos e tranquilizantes.
    Entre os tóxicos de maior uso destacam-se o fumo e o álcool. Além desses, a maconha, cocaína, barbitúricos, anfetaminas, elevam as complicações durante a gravidez, com grande possibilidade do nascimento de crianças com sérios problemas neurológicos.
    Os medicamentos e os tóxicos podem atingir o bebê através da placenta ou do leite materno.
CAUSAS PERI-NATAIS
Atingem o bebê durante ou imediatamente após o parto.
CAUSAS PÓS-NATAIS
Ocorrem após o nascimento.


OBSERVAÇÃO: No Brasil, o maior índice de mortalidade e de deficiência infantil se origina das causas pré-natais e peri-natais. Para que atinja seus objetivos, o exame pré-natal deve se iniciar nos primeiros 3 meses de gestação .

DEFICIÊNCIA VISUAL

A deficiência visual pode ser dividida em 2 categorias:
Visual total: a pessoa não enxerga nada;
Visual parcial: a pessoa percebe se há luminosidade ou não.

Principais causas:

  • As doenças mais freqüentes são a coriorretinite, glaucoma congênito, catarata congênita, atrofia ótica.
  • A Diabetes, queimaduras também são fontes de cegueira.

      Algumas maneiras de se comportar diante de uma pessoa cega:

    • A primeira coisa, é entender que o cego é uma pessoa que não vê mas é capaz de ouvir, sentir cheiros, identificar intenções através de nossas atitudes, do tom de voz que usamos;
    • Dirija-se sempre ao próprio deficiente quando o assunto referir-se a ele, mesmo que este esteja acompanhado;
    • Ofereça ajuda sempre que a pessoal parecer necessitar, mas não ajude sem que ele concorde. Caso não saiba como ajudar, pergunte o que ou como fazer;
    • Os cegos que recebem algum tipo de treinamento normalmente se vestem sozinhos, mas convém orientá-los quanto a sua aparência:
    • Ao entrar em uma conversa onde haja uma pessoa cega, anuncie-se e toque de leve no seu braço para ele saber onde você se encontra. Ao retirar-se avise-o;
    • Na conversação fique à vontade para usar palavras como "veja" e "olhe". São palavras tão usuais para diversas situações que muitas vezes isto será inevitável e a busca de sinônimos poderá denotar uma falsidade;
    • Para guiar um cego, espere que ele segure seu braço (isso vai permitir que ele acompanhe o movimento do seu corpo e entenda que caminho seguir;
    • Para fazer uma pessoa cega sentar, guie-a até a cadeira e coloque a mão dela no braço ou no encosto da cadeira deixando que a pessoa se sente sozinha;
    • Alguns cegos usam cão-guia. Por mais carinhoso que seja o afago que se queira dar neste animal, evite pois é preciso lembrar que o animal foi treinado para guiar o cego e não pode ter a atenção desviada;
    • Se um cego estiver precisando de ajuda, identifique-se e faça-o entender que você está falando com ele.

    SURDEZ

    Pode-se dividir a surdez em 4 categorias:
    Surdez leve:
    perda auditiva entre 20dc e 40dc
    Surdez média:
    perda auditiva entre 40dc e 70dc
    Surdez severa:
    perda auditiva entre 70dc e 90dc
    Surdez profunda:
    perda auditiva acima de 90dc
    dc=decibéis

      Principais causas da surdez:

    • Meningite: causa surdez na pessoa que a contrae, independentemente da idade, se não for tratada a tempo ou se for do tipo agudo;
    • Rubéola em gestantes: as crianças geradas de mães que contraem rubéola durante a gravidez têm quase 100% de risco de nascerem surdas, principalmente se ocorrer até o quarto mês de gestação. Para que isto seja evitado, é preciso vacinar-se;
    • Acidentes: crianças muitas vezes introduzem objetos no ouvido e acabam ficando surdas.
    • Poluição sonora: é cada vez maior o alerta que médicos fazem em relação à poluição sonora. Desde o barulho das cidades, como o do próprio volume de aparelhos elétricos como TV, fones de ouvido, ..., têm sido considerados grandes inimigos do ouvido e podem levar, principalmente crianças menores, a distúrbios da audição.

      Algumas maneiras de se comportar diante de uma pessoa surda:

    • A primeira coisa é entender que um surdo não parece deficiente. Somente ao falarmos com ele é que notaremos sua surdez;
    • Não é preciso falar gritando. Isto poderá, até, dificultar principalmente para os que têm surdez leve ou média. O som muito alto às vezes prejudica a dicção e dificulta o entendimento por parte do surdo;
    • Fale diretamente com a pessoa, não de lado ou atrás dela. Muitos surdos podem "ler" o que você está dizendo com seus lábios, e não falar diretamente poderá impedir esta leitura;
    • Não fale com o surdo ou o chame pelas costas. Será impossível para ele perceber que está sendo chamado;
    • Aplique a linguagem corporal, quando for necessário. Faça com que o surdo vire de frente para você e tente explicar o que deseja;
    • Tente não ficar de frente para a fonte de luz (como por exemplo uma janela), pois assim fica difícil ver seu rosto que poderá ficar como uma silhueta na luz;
    • Se você souber alguma linguagem de sinal, tente usá-la. Se o surdo não entender, ele avisará e sua tentativa será bem recebida;
    • Incentive o surdo a usar aparelhos que possam melhorar sua audição. Alguns não são bonitos, mas podem trazer grandes benefícios mesmo com um pequeno prejuízo de estética.

    DEFICIÊNCIA FÍSICA

    Pessoas com perda total ou parcial da capacidade motora ocasionada por acidentes diversos e/ou lesão cerebral.
    Pode-se entender a deficiência física em 5 categorias:
Monoplegia:
paralisia em apenas um membro do corpo
Hemiplegia:
paralisia total das funções de um dos lado do corpo
Paraplegia:
paralisia da cintura para baixo comprometendo as funções das pernas
Tetraplegia:
paralisia do pescoço para baixo comprometendo as funções dos braços e das pernas
Amputação:
quando há falta total ou parcial de um ou mais membros do corpo


Observação: O termo PARALISIA CEREBRAL serve para designar um grupo de limitações psico-motoras resultantes de uma lesão no sistema nervoso central. A paralisia cerebral oferece diferentes níveis de comprometimento dependendo da área de lesão cerebral.

      Principais causas das deficiências físicas:

    • Acidentes de trânsito;
    • Acidentes de trabalho: devido principalmente à falta de condições de trabalho, à negligência dos trabalhadores quanto ao uso de equipamentos adequados e etc.;
    • Erros médicos: embora de difícil constatação e comprovação, erros médicos podem levar pessoas a usar cadeiras de rodas ou outro tipo de equipamento;
    • Paralisia infantil: apesar das campanhas de vacinação diminuírem sensivelmente este tipo de doença;
    • Violência urbana: tiros, facadas e o uso de outras armas têm deixado muitas pessoa deficientes físicas;
    • Desnutrição (fome): quando ocorre na infância ou em períodos de gestação, as crianças não têm condições de desenvolver uma série de músculos, comprometendo de forma definitiva movimentos como o andar.

      O que fazer quando encontrar um deficiente físico:

    • Não segure a cadeira de rodas. Você pode estar querendo ajudar, mas é preciso lembrar que ela faz parte do espaço corporal da pessoa, quase uma extensão do seu corpo;
    • Se a conversa com um deficiente físico, principalmente se este usar cadeira de rodas, se alongar um pouco, procure sentar. É incômodo ficar olhando para cima;
    • Não fique constrangido ao usar os termos "andar" ou "correr". As pessoas que usam cadeiras de rodas também usam estas palavras;
    • Fique atento com a presença de barreiras físicas que impeçam que o deficiente possa se deslocar livremente;
    • Em muitas cidades já existem vagas especiais para os deficientes físico estacionarem seus carros. Não ocupe estas pois isto faz parte de uma grande conquista;
    • A arquitetura da maior parte dos prédios não está adaptada para as necessidades especiais destas pessoas. Se de alguma forma você pode influir na construção de qualquer obra, lembre-se de projetar acessos para os deficientes.

    DEFICIÊNCIA MENTAL

    Pessoas com padrão intelectual reduzido, consideravelmente abaixo da média normal. Também conhecidos como excepcionais.
    É importante saber, a diferença entre doente mental e deficiente mental. O deficiente mental embora tenha problemas de comportamento, sua deficiência não foi causada por eles. O doente mental é aquele que rompe com sua estrutura de vida através de uma doença geralmente de ordem psíquica, como psicopatia e esquizofrenia.

      Principais causas:

    • A maior parte das causas é determinada durante a gestação. Neste período, o fumo, droga, álcool e alguns medicamentos podem levar à formação de uma criança com deficiência mental;
    • Causas sociais: desnutrição e fome podem causar uma série de deficiências mentais. Quando não debilitam de forma total causam desenvolvimento retardado de uma série de potencialidades das pessoas.

      O que fazer quando encontrar um deficiente mental:

    • Não vire o rosto ou evite um deficiente mental. Esta é uma realidade que deve ser enflentada com naturidade;
    • Lembre-se de que a deficiência mental pode ser consequência de uma doença, mas não é uma doença, é uma condição de ser;
    • Podendo, ofereça ajuda ou apoio aos pais de deficientes mentais uma vez que estes geralmente ficam isolados de qualquer vida social por não terem com quem deixar seu filho;
    • Alguns deficientes mentais atingem idades avançadas. Apesar do comportamento, muitas vezes bem infantil, não os trate apenas como crianças. Ou seja, enquanto for criança, trate-o como criança. Ao se tornar adolescente ou adulto, trate-o como tal. Se você depositar alguma confiança e lhe destinar tarefas que podem ser monitoradas, ele certamente corresponderá.

    Autismo

    Em 1943, o estudioso Léo Kanner definiu o autismo como um diagnóstico de contato afetivo (para aquelas crianças que não estabelecem relações normais com os outros), atraso na linguagem e na comunicação. Um autista apresenta gestos esteriotipados e sugere que seu ambiente deve permanecer inalterado. Embora tenha boa memória, seu sintoma fundamental é o isolamento.

      Alguns sintomas de comportamento do autistaPrincipais causas:

    Por se tratar de uma síndrome, a medicina, bem como as ciências do comportamento, ainda não identificaram a origem do autismo.

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