G1 | 10.05.12
Estilistas Julia Sato e Inaye Brito criaram 7 peças para a competição.
Roupas valorizam a autonomia de quem tem deficiência física, explicam.
Duas estilistas brasileiras concorrerão nesta sexta-feira (11) em um concurso de moda inclusiva na Rússia. Julia Sato e Inaye Brito ficaram entre as nove finalistas do Bezgraniz Couture Award 2012 e criaram sete peças adaptadas para pessoas com deficiência física.
"Nossa maior preocupação é dar autonomia para a pessoa conseguir se vestir sem ajuda, e o que puder ser mais rápido. Para os cadeirantes, pensamos em fazer uma roupa que favorece quem está sentado. Se tiver botão, é de pressão. Para a cadeira, fazemos casacos curtos. Estamos trabalhando com malha, pois se adapta melhor ao corpo, é mais confortável", diz Júlia Sato, em entrevista ao G1.
As duas estilistas começaram a trabalhar juntas no curso de Têxtil e Moda da USP e participaram de duas edições do Concurso de Moda Inclusiva em São Paulo, que é promovido desde 2009 pela Secretaria da Pessoa com Deficiência do Estado de São Paulo. A experiência resultou na criação de uma marca própria, a Lira.
"As pessoas têm olhado mais pra esse mercado, e até as empresas e os patrocinadores têm dado mais apoio. O deficiente tem procurado mais isso. Muitos se adaptam à roupa. Tem gente que, por exemplo, não compra vestido com zíper nas costas. Na verdade, as pessoas deixam de consumir porque não encontram o produto. Não existe roupa adaptada", diz Júlia.
Embora ainda não tenha uma sede própria, a marca Lira já produziu uma coleção para crianças cegas - com peças que estimulavam os sentidos com aromas e texturas - e algumas roupas para portadores de nanismo.
Para o concurso, elas produziram três vestidos, uma blusa, um poncho, uma calça-saia e um macacão.
Inaye Brito mora na Rússia e cuida mais da parte burocrática da marca. Se forem vencedoras, elas esperam investir o dinheiro do prêmio (US$ 10 mil) na Lira e produzir mais coleções.
'Vestido fácil de vestir e de despir, poncho mais curto e as formas amplas facilitam movimento', explica Júlia Sato (Foto: Divulgação) |
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