Rádio Guaiba - 06.02.12
Iara Nunes, deficiente visual |
Em áudio e vídeo, acompanhe a reportagem que percorreu estandes e espaços na Praça da Alfândegao Espaço Moacyr Scliar, no Cais do Porto, no Centro da Capital gaúcha, Janete Schneider, 41, lê um dos únicos nove títulos em braile oferecidos para deficientes visuais: “Um mito diz que ele criou a raça dos homens”.
No entanto, a Feira do Livro de Porto Alegre deixa a desejar no que se refere à quantidade e opções aos portadores de deficiência visual. Um pequeno número de bancas oferece títulos em braile para leitores que têm os dedos como os olhos. A servidora pública e deficiente visual Iara Nunes, de 43 anos, quer ter acesso ao mundo da Literatura, mas a Feira não lhe proporciona o universo da poesia, de tramas, dramas, viagens e imaginário.
“Não achei nada. É só a vontade que a gente tem de vir, pois falta variedade. A vontade que a gente tem de conhecer. A gente não tem ninguém para ler para a gente, eu fiquei triste desta vez”, lamenta Iara.
A 57ª Feira do Livro de Porto Alegre tem cerca de 200 expositores. São milhares de títulos, mas apenas nove fazem parte do Espaço Braile, no Cais do Porto. A maioria é literatura infanto-juvenil. No coração da Feira, na Praça da Alfândega, nem mesmo a Central de Informações soube dizer onde encontrar livros em braile.
O Espaço Braile, no Cais do Porto, fica na contramão da feira. O portador de necessidades especiais, por exemplo, enfrenta dificuldades para atravessar toda a praça, os estandes e cruzar a Avenida Mauá até chegar ao local. Foi lá que perguntamos para uma servidora da Fadergs sobre a falta de títulos, mas ela não quis dar muitos detalhes. Outra professora reconheceu a dificuldade para encontrar literatura em braile ou até mesmo áudio.
Leia mais: Entidades reconhecem dificuldade para deficientes visuais encontrarem livros na Feira da Capital
Ouça o audio.
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